Com 2.800 quilômetros de extensão, desde a sua nascente, em Minas Gerais, até foz, entre Alagoas e Sergipe, o Rio São Francisco banha cinco estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Chamado de Rio da Integração Nacional, sua importância vai além da sua condição histórica. É o que explica o professor de geografia Evandro Costa, no Projeto Educação desta segunda-feira (16). (Veja vídeo acima)
“O São Francisco foi um dos primeiros rios navegados e ocupados desde o início do processo de colonização. É chamado também de rio dos currais. No início da colonização, a produção pecuária começa a ser realizada em suas margens. Levando em consideração que o litoral nordestino era ocupado pela produção da cana de açúcar”, conta.
Com 640 mil quilômetros quadrados, a bacia hidrográfica do Rio São Francisco equivale ao território da França. O que faz com que uma grande área dependa das suas águas. De acordo com o professor, ele conta com uma variedade de ambientes naturais. “Presença de domínios como o bioma da caatinga, o serrado e, na sua área de foz, há a presença da floresta tropical”.
Ele ainda é uma grande fonte de energia com seis usinas hidroelétricas construídas ao longo do seu percurso. Edificada em Minas Gerais, a Três Maria é a única localizada fora da região Nordeste. As usinas Xingó, Moxotó, Paulo Afonso, Itaparica e Sobradinho estão distribuídas no território nordestino.
“A importância do Rio São Francisco vai além da produção de energia. A exemplo da fruticultura irrigada envolvida no Vale do São Francisco, entre as regiões de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), onde há a maior produção de frutas como manga e uva voltadas para a exportação”.
O rio ainda é carrega a responsabilidade de garantir desenvolvimento econômico na região. Por causa da sua localização no semiárido nordestino, ele é uma das poucas fontes de água potável para uma grande quantidade de pessoas.
“O que levou a construção do projeto da transposição do Rio São Francisco, que visa, a partir da criação de canais, levar a água do rio para outras áreas do interior do Nordeste que não têm acesso direto a essa água. Permitindo que pessoas dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará também tenham possibilidade de desenvolver suas atividades com a água provenientes do rio”, completa Costa.
Segundo o professor, o imponente rio também sofre com sérios problemas ambientais. “A região passa por uma escassez de água muito forte em longos períodos do ano o que faz com que a retirada excessiva e o próprio processo de produção agrícola também acabem promovendo degradação das suas margens, da sua vegetação ribeirinha. Isso provoca um processo de assoreamento intenso. Ou seja, excesso de quantidade de terra, de sedimentos, que acabam entrando no rio e promovendo uma diminuição do seu volume”.
Evandro Costa chama a atenção para a necessidade de preservação do rio, que sofre devido a atividades que acontecem em suas margens. “É importante que ele permaneça saudável para que toda a população do Nordeste, toda a população brasileira, tenha a possibilidade de continuar usufruindo de seus benefícios”, finaliza.
Realizado em parceria entre o G1 e a TV Globo, o Projeto Educação chega, este ano, à 13ª edição. De segunda a sexta, um novo conteúdo especial por dia estará disponível no portal por meio de reportagens com temas que podem ser abordados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/videos/v/descubra-o-caminho-feito-pelo-rio-sao-francisco/6218105/